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Thursday, November 16, 2006

TEOLOGIA DA PREGAÇÃO II - O FUNDAMENTO DA PREGAÇÃO

foto: bila

1. TEOLOGIA COMO FUNDAMENTO DA PREGAÇÃO
O que é a teologia? O que se entendo por pregação?
Num sentido mais amplo, a teologia é a tarefa de apreender e entender o falar de Deus. Neste sentido, todo aquele que entra numa conversação qualquer que seja a respeito de Deus está fazendo teologia, e por tanto, está exercendo a função de teólogo.
Num sentido mais específico, a teologia é o estudo das relações entre Deus e o ser humano, e a compreensão de Deus que se deriva dessas relações.
Enquanto a pregação é simplesmente a tarefa de confrontar o ser humano com o evangelho como o fim de que dele possa desfrutar em plenitude.
Desde esta definição está implícita a idéia de que o evangelho é preeminentemente um evento que se relaciona decisivamente com todos os seres humanos.
Esse evento nos diz as Escrituras, se resume na vida de Jesus Cristo dada como sacrifício em redenção da humanidade, na humilhação de sua sepultura e na ressurreição de sua morte. Também está implícita a idéia de que o evangelho significa algo sumamente extraordinário para toda a humanidade. Esse ‘algo’ pode ser resumido como plenitude de vida, com tudo que isto possa significar: perdão, justificação, liberdade, reconciliação, esperança e segurança eterna.
A pregação tem seu ponto de partida em Deus, se sustenta por Deus e tem seu fim em Deus. Por esta razão a pregação não pode ser concebida como uma faceta da atividade da Igreja, senão como o centro de sua vida e consequentemente como expressão de sua teologia, como queriam os reformadores do século XVI.
Podemos, portanto, compreender que a pregação tem sua origem no Deus triuno, pois depende da fé em Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.
Finalmente afirmemos que a pregação depende da teologia para sua execução. A teologia dá conteúdo à pregação. Esse conteúdo, como pode ser dito, é a transformadora mensagem do Evangelho.
Tendo em vista que a tarefa primordial da teologia é compreender e refletir sobre a experiência original e atual dessa fé, então se deduz que não pode haver verdadeira pregação como sabedoria transformadora sem uma verdadeira e saudável teologia.
by Silas Barbosa Dias

Wednesday, November 08, 2006

Teologia da Pregação I




INTRODUÇÃO
Para a Igreja cristã um dos assuntos mais importantes e urgentes neste novo século é a pregação. Para ser mais preciso uma teologia da pregação.
Uma atitude de indiferença à teologia será o começo de uma total e imprevisível destruição, cujo fim seria um colapso da igreja como instituição e como comunidade relevante e profética, já que a teologia é a espinha dorsal da igreja, é ela que a endereça e a fortalece.
A Igreja necessita entender sua mensagem para poder ser verdadeiramente a Igreja. A compreensão da mensagem é a tarefa específica da teologia. Isto quer dizer, a teologia liga-se com a mensagem do evangelho, que é a expressão sintética da relação entre Deus e o seu mundo, e da natureza de Deus, que se expressa nessa relação.
Só entendendo o propósito de Deus e suas relações com o mundo, pode a teologia ser teologia viva, e a Igreja cristã manter sua identidade. “Sem a teologia, o ser humano termina no superficial, na superstição e na heresia.”
[1]
De igual modo, uma atitude de indiferença para com a pregação derrubará a teologia de seu lugar de espinha dorsal da Igreja, já que, como temos afirmado, a teologia tem a ver com o evangelho mesmo, que não é um conceito abstrato, mas um conceito dinâmico que se move até um fim e até um propósito especifico.
A teologia procura entender a mensagem mesma do evangelho, por isso a pregação lhe dá uma finalidade ao seu labor, e, por conseguinte, lhe dá o propósito e o sentido de ser verdadeira teologia, como sabedoria Divina para a realidade humana.
Assim como a Igreja necessita entender sua mensagem para manter sua identidade, assim também necessita transmitir essa mensagem para lhe dar consistência às suas reflexões teológicas.
É necessário por essa razão considerar a inter-relação entre a teologia e a pregação. Primeiro, porque, uma não pode existir sem a outra; Segundo, porque não se pode considerar a ‘teologia da pregação’ se não tivermos claro a natureza da teologia e da pregação, e a relação que existe entre as duas. Com isto em mente, devemos enfocar este assunto desde duas perspectivas: Primeiro, desde a perspectiva da teologia como fundamento da pregação; e Segundo, desde a perspectiva da pregação como objetivo da teologia.

by Silas Barbosa Dias

[1] Orlando Costas, em Simpósio da Ipi do Brasil, na década de 80.

Wednesday, November 01, 2006

TEOLOGIA E PÓS MODERNIDADE




Hans Küng, ao analisar a teologia no paradigma pós-moderno, escreveu o seguinte:
Somente uma teologia que se move no horizonte atual da experiência, uma teologia rigorosamente científica e aberta ao mundo e ao presente, pode justificar seu lugar na universidade ao lado de outras ciências. Somente pode ser verdadeiramente ... uma teologia que abandona decididamente a mentalidade confessionalista de gueto, ainda bastante difundida, e é capaz de unir uma ampla tolerância do extra-eclesial, do religioso e do simplesmente humano com a reflexão sobre o especificamente cristão.
[1]
[1] KÜNG, Hans. Teología para la potmodernidad. Madrid : Alianza Editorial, 1989. p.162.